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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

 No som das batidas, sincronia entre as cordas do violão e os meus passos. 
Era de vibrações que enchia meu peito pra dançar! 
Amava aquela música porque vinha de dentro e varria as angústias, cada sonho ainda não realizado. 
Como se fosse o último movimento, salteou o extâse dos tambores de lá até a mim, fios de prata uniam os acordes e aquela música que acordava no corpo. 
Os suores eram as lágrimas escorrendo e molhando a roupa, os dias estavam cinzas e pintei a cara da vida: naquele instante eu podia.
Ninguém parecia entender, porque de fora essa procura por razões cega os sentidos. Os olhos não viam aquela dança, porque os olhos procuravam imagens. Os ouvidos não ouviam aquela música, porque os ouvidos procuravam som. Eu desencaixei os medos, ampliei com as mãos o universo, chamei e falei aos ventos da dança que queria ter com eles. Clamei pela chuva pra lavar a lágrima de meus olhos. Foi um momento de inteireza, até o céu olhou aquele moço que bailava, mandou os pingos de chuva pra convidar-me a continuar. 
Eu dancei e me esqueci do tempo. 


- porque às vezes é preciso deixar a música de dentro tocar, e fazer de cada situação um passo de dança diferente.

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